100 anos da Semana de 1922 terá exposição no Museu de Arte Brasileira da FAAP com abertura no dia 10 de março
Em 2022, ocorrem os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 que ocorreu originalmente entre os dias 13 e 17 de fevereiro. Sendo assim, diversos centros de cultura da cidade de São Paulo celebração a data que marca a arte modernista no país. É o caso do MAB FAAP (Museu de Arte Brasileira da FAAP), que no dia 10 de março abrirá a exposição “Modernos”.
100 anos da Semana de 1922 no MAB FAAP
A mostra em comemoração aos 100 anos da Semana de 1922 será dividida em dois grandes núcleos: Antes de 1922, com curadoria de Felipe Chaimovich, ficará em cartaz por três meses; e Depois de 1922, com curadoria de Laura Rodríguez, seguirá até novembro.
Segundo a diretora do MAB FAAP, Fernanda Celidonio:
“Com um significativo núcleo de obras do modernismo brasileiro e de seus continuadores, não poderíamos deixar de relembrar esse momento tão importante, que marcou a época e trouxe transformações para o campo das artes e da cultura no Brasil.”
Núcleo Antes de 1922
O núcleo ‘Antes de 1922’ reverencia o envolvimento da família Prado. Ela é considerada uma das famílias paulistas mais influentes no universo das artes visuais, incluindo o financiamento da Semana de 1922 pelo mecenas Paulo Prado, um dos principais incentivadores do movimento.
O curador e professor da FAAP, Felipe Chaimovich, explica:
“Reunimos aqui artistas que representam valores da família Prado nas duas décadas finais do século XIX, período de mudança da Monarquia para a República, tais como a crítica ao ensino oficial de Belas-Artes no Rio de Janeiro.”
Entre os destaques do ‘Antes de 1922’, o público poderá conferir obras de Antônio Parreiras, Eliseu Visconti, Estevão Silva, Georg Grimm e João Batista Castagneto. Para formar esse núcleo, o MAB FAAP tem a parceria de outras instituições, que emprestaram obras de seus acervos, como a Pinacoteca de São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), o Museu Afro Brasil, o Itaú Cultural, o Museu Antonio Parreiras (RJ) e o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA RJ).
Núcleo Depois de 1922
Por outro lado, o núcleo ‘Depois de 1922’ apresenta uma seleção de obras do acervo do MAB FAAP, organizadas em uma série de agrupações de artistas que surgiram após 1930. Aqui, o objetivo é mostrar a ebulição característica das vanguardas até o surgimento dos grupos concretistas, afirma a curadora Laura Rodríguez.
Entre os coletivos abordados estão o Núcleo Bernardelli, Clube dos Artistas Modernos, Grupo Santa Helena, Grupo Guanabara e Atelier-abstração.
A mostra também destacará as reverberações do modernismo junto com a arte popular em outras regiões do Brasil. Ou seja, não apenas só do eixo Rio-SãoPaulo. Todavia, uma cronologia vai sinalizar os eventos de maior importância, determinantes na sucessão de transformações que foram ocorrendo nas principais capitais.
Junho
Com o encerramento do núcleo Antes de 1922, em junho, o espaço receberá outras obras do acervo, o que expande a mostra Depois de 1922.
Serão obras dos grupos Concretistas de São Paulo e Rio de Janeiro, do grupo Realismo Mágico liderado por Wesley Duke Lee e por uma seleção dos primeiros professores e alunos da FAAP.
Laura Rodríguez finaliza:
“Consideramos importante ressaltar que a FAAP surgiu como um dos frutos do desenvolvimento do modernismo no Brasil, inscrevendo-se numa tentativa de democratização e de estimulação da arte e da cultura por meio da criação de cursos de arte e de um Museu de Arte Brasileira.”
*Foto: Reprodução