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Festa para padroeira de Santa Luzia deve atrair 50 mil fiéis

por Plataforma dos Municípios
festa para padroeira de santa luzia deve atrair 50 mil fiéis

Santa Luzia ainda festeja entronização de réplica de imagem da padroeira Nossa Senhora da Piedade, esculpida por Aleijadinho

Neste fim de semana são esperados milhares de fiéis para os festejos em comemoração à padroeira da cidade de Santa Luzia, situada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Em declaração ao portal Estado de Minas, o padre Felipe Lemos de Queirós afirmou:

“Estamos com três horários, às 6h, às 15h e às 19h30, e a igreja fica muito cheia. Acredito que, de sexta-feira a domingo, receberemos cerca de 50 mil pessoas.”

Padroeira de Santa Luzia

No último fim de semana, o Santuário Santa Luzia, na Praça da Matriz, no Centro Histórico, recebeu um presente: uma réplica da imagem da padroeira, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) e destaque no altar da ermida do século 18, hoje basílica, no topo da Serra da Piedade, em Caeté, na RMBH. Sobre isso, padre Felipe ressaltou:

“Estivemos na Serra da Piedade, antes, e levamos uma réplica da imagem de Santa Luzia, que está aqui no altar do santuário”.

Festividades

Na sexta-feira (13), haverá a partir das 18h a procissão luminosa com a imagem da padroeira de Santa Luzia. O cortejo será acompanhado por bandas de música tradicionais da cidade e passará pelas ruas do Serro, Floriano Peixoto, Bonfim e Direita até chegar à Praça da Matriz. Na chegada, terá apresentação pirotécnica, canto do Te Deum e bênção do Santíssimo Sacramento.

Também estará presente no santuário, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de BH e presidente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O jubileu deste ano será presidido pelo casal José Oswaldo Xavier e Flávia Patrícia Cota Xavier e vice-presidente Laura Cristina Leal Morais Lima e Leonardo Fernandes Lima. Já as barraquinhas foram transferidas para a Rua do Serro, na parte conhecida como “atrás da igreja”.

No Dia dos Romeiros, comemorado no domingo (15), haverá extensa programação, com missas e procissão às 11h, além da Missa Sertaneja, às 12h, na Igreja do Rosário.

Espiritualidade

O Santuário de Santa Luzia, ligado à Arquidiocese de Belo Horizonte é um símbolo de fé e marco na recuperação de bens desaparecidos em Minas, e que recebeu bênção oficial em 13 de dezembro de 1778. Padre Felipe explica:

“Trata-se de uma das matrizes mais bonitas de Minas. Erguida no século 18 no estilo joanino, ou segunda fase do Barroco – mais ornamentado e pomposo, embora delicado – a igreja, hoje santuário, tem grande significado na arte e arquitetura, mas também nos trabalhos pastorais e sociais.”

O alta de São José, por exemplo, esconde um enigma. Em 1989, durante a última restauração do templo foram encontrados, na parte de trás do retábulo, um compasso e um esquadro esculpidos na madeira e em policromia dourada, que estariam vinculados à maçonaria.

De acordo com a tradição oral, as peças situadas atrás do altar pertenceriam ao forro do interior do camarim, mas depois ocultado em virtude da conexão com a iconografia maçônica. Pesquisadores afirmam que, como os entalhes do trono de São José são similares ao altar-mor de Santa Luzia, é possível que ele estivesse à mostra no século 18. Já no século 19, a exposição numa igreja católica criaria problemas aos padres, porque a bula Syllabus, editada em 1864 pelo papa Pio IX (1792-1878), proibia as relações da Igreja com a maçonaria.

Bens desaparecidos

Além disso, falar sobre o santuário de Santa Luzia, em uma área tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), é necessário falar também sobre a campanha pelos bens desaparecidos em Minas, que em 2019 completou 16 anos.

É possível encontrar no templo três anjos barrocos: dois sobre o arco-cruzeiro e outro no altar de Nosso Senhor dos Passos, que simbolizam a luta empreendida por autoridades estaduais e federais para encontrar imagens, retábulos e demais relíquias desaparecidas ou furtadas de templos coloniais do estado. As peças em poder de um colecionador iriam a leilão no Rio de Janeiro, quando foram retiradas do pregão por determinação da Justiça e entregues ao Iepha, para perícia.

Capela de Santa Luzia

De acordo com informações da historiadora local Elizabete de Almeida Teixeira Tófani, a capela primitiva dedicada à Santa Luizia foi construída em torno de 1701. Segundo ela:

“No início, quando era capela, ficava de frente para a Rua do Serro, e só depois que se tornou igreja é que ficou virada para a Rua Direita, como está hoje”.

Sua história é completada por meio de dados contidos no Inventário do Patrimônio Cultural da Arquidiocese de BH/Pontifícia Universidade Católica de Minas. Segundo estas informações, entre os anos de 1721 e 1729, a capela foi expandida por iniciativa do capitão-mor João Ferreira dos Santos e por outros pioneiros, apoiados pelo padre Lourenço de Valadares Vieira, o vigário de Sabará. Com isso, o templo virou a capela filial da freguesia de Santo Antônio de Roça Grande, já que Santa Luzia estava associada à Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará.

Fonte: Jornal Estado de Minas

*Foto: Divulgação / Beto Novaes / EM / DA Press

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