Mostra sobre reggae mostra bastidores da cena musical de São Luís, considerada a capital deste ritmo no Brasil, por meio das lentes fotográficas de Felipe Larozza
Quando pisou no Maranhão em 2016, o fotógrafo paulista Felipe Larozza, de 33 anos, se encantou pelo lugar e, ao mesmo tempo, ficou surpreso com o gosto musical dos locais pelo ritmo jamaicano reggae. A afinidade era tanta, que mais parecia que este estilo de música havia nascido em solo maranhense.
Capital do reggae no Brasil
Larozza que é muito fã de reggae desde adolescente conta ter se encantando pelas particularidades do ritmo, em São Luís. Nesta região do país, as letras das canções são mais românticas e as pessoas dançam coladinhas, em vez de sozinhas. Ele afirmou à Folha de S. Paulo, que isso “é diferente de qualquer outro lugar do mundo”.
O estilo de som jamaicano é muito influente na cultura musical local. Prova disso é que São Luís se tornou como a capital do reggae no Brasil. Além disso, a Secretaria de Turismo de São Luís elaborou um guia temático e em 2018, a cidade nordestina ganhou o Museu do Reggae.
Larozza conta também:
“No Maranhão, o reggae tem um poder transformador muito forte. A música é uma potência geradora de emprego e de renda, e jovens da periferia sonham em ser artistas para mudar de vida”.
Registros fotográficos
Foi com isso em mente, que o fotógrafo decidiu registrar os bastidores dos bailes do estilo musical, em São Luís. Estas festas costumam ficar lotadas. Por um período de quatro anos, Larozza acompanhou o trabalho das chamadas radiolas, que são equipes compostas por profissionais de som, DJs e montadores.
Para captar as imagens, o fotógrafo utilizou câmeras pequenas para não chamar a atenção dos frequentadores dos bailes:
“O objetivo foi captar a riqueza do ambiente tal qual ele é, sem que as pessoas posassem para as fotos”.
Segundo Larozza, este cena musical começada no Maranhão vem se multiplicando pelo país nos últimos anos, principalmente na cidade de São Paulo.
Exposição da história do reggae maranhense
As fotografias de Larozza viraram exposição, intitulada “Radiolas”, composta por 16 imagens. Todas elas estarão expostas no Museu da Imagem e do Som (MIS), situado na oeste de São Paulo. O público poderá conferir a mostra de terça a sábado, das 10h ás 20h, e domingos e feriados, das 10h às 19h, até o dia 19 de janeiro. A entrada é gratuita.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação / Felipe Larozza