Imóveis com quintal e em áreas verdes têm seguido uma tendência nacional, em razão da pandemia de Covid-19
Desde a instalação do período de quarentena no Brasil, cada vez mais as pessoas enxergam a necessidade de morarem em imóveis com quintal ou em apartamentos com mais quartos. Isso porque muitos estão trabalhando remotamente e precisaram modificar seu cotidiano e adaptar seus lares para conseguirem trabalhar também.
Imóveis com quintal em áreas verdes e praias
Este é o caso da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. O município litorâneo tem registrado cada vez mais procura por imóveis com quintal. Prova disso é uma pesquisa levantada pela imobiliária digital Quinto Andar, que revela que a procura por casas de condomínio na cidade cresceu em 128% entre abril e setembro, no comparativo com o mesmo período de 2019. Em relação aos apartamentos, a demanda caiu em 3%. Em contrapartida, um busca geral mostra que os dois tipos de moradia cresceu 54% para unidades com quatro quartos e 8% para três dormitórios.
Bairros mais buscados
Já sobre os bairros mais procurados, estão: Icaraí, Santa Rosa, Ingá, Fonseca, São Francisco, Barreto, São Domingo, Charitas, Badu, Itaipu e Piratininga. Ainda segundo o levantamento, teve um crescimento da utilização de filtros atrelados ao bem-estar com a casa. Isso engloba: vista livre (309%), luminosidade natural (293%), sol da manhã (289%) e rua silenciosa (240%).
Outras imobiliárias
Todavia, em uma pesquisa da imobiliária Brasil Brokers, o percentual de venda de imóveis de quatro quartos passou de 20%, em 2019, para 31% neste ano. Sobre isso, o diretor regional do Brasil Brokers Niterói, Eduardo Davis, afirmou:
“Nossas vendas faturadas aumentaram 100% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e 200% em relação a abril e maio. É perceptível o aumento no interesse por imóveis mais numerosos. Em alguns casos, os clientes até abrem mão de regiões centrais por conta do tamanho.”
Juros dos imóveis com quintal e outros tipos
Já a construtora Bacos apontou que as coberturas também foram as primeiras a serem vendidas no Algarve Residencial, por exemplo. A entrega do empreendimento ocorrerá apenas em maio de 2023. Lançado em fevereiro, um mês antes do anúncio da pandemia, o local conta com espaço de coworking e espaço para crianças terem aulas. Portanto, isso tudo contribuiu para alavancar as vendas em um cenário de 40%, observa o diretor da Bacos, Richard Sonsol:
“As pessoas estão querendo mais espaço para ficar em casa – conclui o sucesso, que também associa o sucesso das vendas à queda na taxa de juros para compra de imóveis.”
Região oceânica
Além disso, a procura por imóveis com quintal, seja para locação ou compra, se intensificou a partir de maio, principalmente na Região Oceânica, afirma Luiz Claudio Moreira, diretor da Self Adm:
“Quase todas as casas foram alugadas. Esta é uma tendência que veio na pandemia. Há uma grande procura por coberturas e casas com área livre, de lazer e varanda.”
Novo perfil de locação e compra de imóveis com quintal
Já para Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, o novo perfil revela uma diversificação entre a categoria de inquilinos e compradores e que deve continuar pós-pandemia:
“Há aqueles que mudaram de vida e hoje trabalham de casa, e outros que não vão ficar nesse formato. Esse movimento tem acontecido em todo o estado, e a Região Oceânica vive isso, assim como a Região Serrana do Rio. Houve uma inversão e a casa que era de veraneio e de campo, hoje é a habitação principal.”
Preços dos imóveis maiores
Sendo assim, o vice-presidente acredita que os valores destes imóveis maiores devem aumentar, em média, 10% até o final de 2020. O de locação já subiu um pouco e o de vendas deve demorar um pouco mais, conclui Schneider.
Venda de lotes
Além disso, a venda de lotes também está aquecida. Um exemplo disso é que a Pró Lotes, empresa especializada na construção e incorporação de terrenos e casas prontas em condomínios fechados, venderam só no mês passado 65% do estoque do condomínio Solaris Residencial Clube, em Maricá. Para a diretora comercial Patrícia Perini, antes da pandemia, eles vendiam de 30 a 40 terrenos por mês. Atualmente, “atingimos a marca de cem, praticamente o triplo”.
*Foto: Divulgação/Luiza Moraes