Governo de SP proíbe Réveillon em bar, e orienta que festas familiares caseiras sejam limitadas a 10 pessoas e nenhum idoso, na intenção de evitar um salto nos casos de Covid-19
O Centro de Contingência do coronavírus, do governo do estado de São Paulo, recomenda que as festas familiares de fim de ano não reúnam mais do que dez pessoas e evitem a presença de idosos.
Além disso, de acordo com José Medina, médico coordenador do centro, essa recomendação é para festas familiares que devem incluir o uso de máscaras por todos os participantes e distanciamento um dos outros:
“Esse número [de dez pessoas] é usado por vários países, mas se for possível evitar, é melhor.”
Proibido festa de Réveillon em bar, restaurante e hotel
Entretanto, o governo paulista proibiu Réveillon em bar, restaurante, hotel, e também em salões de festas. Todos eles estão vetados pelo decreto de calamidade pública, o Código Sanitário e a fase amarela do Plano São Paulo.
No dia 30 de novembro, o governo reclassificou a fase amarela do plano. Na ocasião, o governador João Doria (PSDB) declarou que se preciso for, utilizaria medidas legais para impedir festas em locais públicos e particulares.
Aglomerações
Nesta semana também, Doria se reuniu com prefeitos do estado e determinou que Réveillon em bar e outros locais públicos, e atividades de fim de ano que resultem em aglomerações sejam canceladas. Medina ainda complementou:
“Não teremos festas de Réveillon promovidas pelo poder público nem a corrida de São Silvestre, por exemplo, mas não podemos mandar dentro da casa das pessoas. Por isso, pedimos bom senso.”
Repique nos casos de Covid-19
O motivo de tais medidas e pedidos que a população coopere é que as festas de fim de ano podem causar um repique nos casos de Covid-19. A afirmação vem de integrantes do centro de contingência. Contudo, eles ainda disseram que os casos estão em alta novamente desde o início de novembro no estado.
De acordo com o secretário estadual de saúde Jean Gorinchteyn, o nível de ocupação de UTIs da Grande São Paulo até ontem (3) foi de 53,7%, enquanto em todo o estado a taxa é de 60,7%.
Campanha eleitoral
Sobre isso, Medina afirma:
“Notamos que a capilaridade da movimentação das pessoas durante as campanhas eleitorais colaborou com esse aumento de infecções. Agora nosso objetivo é conscientizar as pessoas para evitar que isso se repita neste fim de ano.”
Encontros rápidos
Além disso, a orientação do profissional de saúde é que os encontros de fim de ano não se prolonguem por muitas horas. Portanto, a hora da refeição, quando todos estarão sem máscara, a distância mínima deve ser respeitada. Apesar de ser hora de provar as comidas, o médico ressalta que as pessoas não falem “com tanto entusiasmo”, a fim de minimizar os riscos de contaminação.
Participação de idosos
Medina reforça ainda que a participação de idosos também deve ser evitada nestas festas:
“Dos mais de 42 mil mortos por Covid no estado, 89% têm idade acima de 50 anos. A taxa de letalidade de pacientes com mais de 90 anos é de 40%. Por isso, todo cuidado é pouco, ainda mais no contato dos mais velhos com a população mais jovem, que costuma estar mais exposta e ser assintomática.”
Infectantes
Contido, o coordenador do centro disse também que, nesta fase da pandemia, o número de infectantes é muito grande. Isso porque o vírus está disseminado. Consequentemente, as aglomerações podem gerar aumentos de casos em todo o estado paulista:
“Nós regredimos para a fase amarela para alertar a população que há riscos. Já há sistemas de saúde saturados em alguns estados do país, e dependemos da conscientização das pessoas para evitar que isso ocorra aqui.”
*Foto: Divulgação