Empresa de máscaras brasileira foi criada de olho no mercado que cresceu em meio à pandemia de Covid-19
A partir de queixas de usuários de máscaras de proteção, como falta de segurança, machucar as orelhas, e após voltar de uma viagem aos Estados Unidos em 2020 e identificar um mercado promissor, o casal Henrique e Pedro Zorzi decidiu expandir seus negócios.
Nasceu assim a marca Knit, de máscaras de proteção facial. Mas afinal de contas, quais são os diferenciais desta máscara? Neste artigo, vamos conhecer essa trajetória da empresa de máscaras brasileira com sede na cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
Empresa de máscaras brasileira – o começo
Com a vontade de empreender nesta área por notar que seria um nicho da economia a crescer em meio à crise sanitária provocada pela Covid-19, os sócios têm formação em áreas completamente diferentes. Pedro fazia direito e Henrique economia. Logo saíram de seus cursos e migraram para a publicidade por perceberem que tinham muito interesse por este setor. Henrique se formou em marketing e Pedro foi em busca de trabalhos na área. Apesar da pouca idade, Henrique tem 28, e Pedro, 29, já em 2010 eles fundaram uma agência de publicidade especializada em comércio digital, a BVZ.
Henrique conta que no início a agência era apenas os dois.
“Eu era responsável pelo atendimento aos clientes e o Pedro pela parte criativa e de desenvolvimento. Na época, sites de comércio virtual ainda eram novidade.”
Mas hoje, ambos são especialistas no assunto e contam com uma equipe de mais de 15 pessoas nas áreas de atendimento, administrativo, desenvolvimento, design e mídia.
Venda de máscaras na pandemia
Mas com a chegada da pandemia, a dupla perdeu alguns clientes da BVZ. Porém, o fato se tornou um estímulo para buscar novas fontes de receita e sem demitir ninguém do quadro de funcionários, afirmam os sócios.
“Nós não estávamos dispostos a fazer cortes na equipe que nos acompanha há anos e nem reduzir os seus benefícios. Por isso, resolvemos embarcar na pesquisa e no desenvolvimento de uma máscara que fosse o mais confortável e segura possível. Assim, fizemos a primeira leva e distribuímos para toda a agência.”
Parceria com produtores do sul
Por serem da região Sul do país, Henrique e Pedro foram atrás de parcerias com fábricas de malharias da Serra Gaúcha, que já sofriam os impactos da crise econômica. Pedro explica:
“Usamos a tecnologia e ‘expertise’ da indústria local para criar os nossos produtos. Nossa produção é toda terceirizada e todos os nossos fornecedores são da serra gaúcha ou de regiões próximas. Com a pandemia, a indústria sulista foi muito afetada, e uma das nossas principais metas é atenuar os impactos negativos produzidos na comunidade.”
Hoje a Knit possui mais de 150 colaboradores nas áreas de administração, atendimento, embalagem, redes sociais e expedição dos pedidos, e opera de modo inteiramente digital. E as vendas de máscaras só crescem como prova o mês de fevereiro em que foram comercializados 458 mil itens do produto.
Matéria-prima é diferencial do negócio
A escolha da matéria-prima é o grande diferencial dos empreendedores. Por buscarem um produto de qualidade para oferecer ao consumidor final que se queixava de dor nas orelhas e da falta de segurança, a Knit chegou ao modelo Max95. sendo assim, esta máscara promete mais segurança e é similar às concorrentes N95 ou PFF2. E ela é certificada pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos.
Em termos de filtragem, a Max95 promete filtrar até 97% das partículas. Os sócios garantem ainda que todo o material da máscara é antiviral, que reduzem o risco de contaminação dos usuários pela própria máscara. Eles afirmam que o produto não perde sua eficácia antiviral em até 100 lavagens e também orientam a troca do filtro sempre após seu uso.
A dupla de fundadores reforça que toda máscara Knit é confeccionada especialmente por poliéster e poliamidas. O primeiro material é utilizado na área externa e promove resistência ao produto. Já o segundo item compõe a área interna, gerando a sensação de conforto e é nesta parte que está presente a tecnologia antiviral.
“As nossas máscaras Max95 de duas tiras têm eficácia de filtragem de 96%, ou seja, proporcionam a mesma ou mais proteção do que a N95 (PFF2), só que com mais conforto.”
Sustentabilidade
Pedro e Henrique reforçam seu compromisso da marca Knit impactar cada vez menos o meio ambiente. Isso porque 50% da matéria-prima utilizada na confecção das máscaras é formada por garrafas-pet.
“Pretendemos mitigar cada vez mais o nosso impacto ambiental. Hoje, para cada máscara comprada, há duas garrafas plásticas a menos no meio ambiente.”
Outros produtos
Além das máscaras Max95, a marca comercializa outros produtos, como meias, óleos essenciais, manguitos e máscaras de uma só tira ou com apoio nas orelhas. Porém, estas não têm o mesmo nível de proteção da N95. A dupla ressalta que o maior diferencial de seus produtos é o conforto e a sensação de bem-estar.
Faturamento
Logo que começou a empresa, as vendas foram sucesso absoluto. Atualmente, a empresa fatura quase R$ 6 milhões por mês, vendendo para todo o Brasil e outros países, revela Henrique.
“Em junho de 2020, começamos a vender para os Estados Unidos e já fizemos pedidos para o Japão, Austrália e diversos países da Europa. Nosso principal comprador, responsável por 45% das nossas vendas, é São Paulo. Por isso, no começo do próximo mês abriremos dois pontos de venda e distribuição na região.”
A empresa fica a poucos metros da agência BVZ. Além disso, o e-commerce próprio da Knit é responsável por 90% das vendas, e também conta com parceiros estratégicos, como a Amazon e o Mercado Livre. Já o restante é revendido por outras empresas, como lojas esportivas e farmácias.
Até o fim de 2021, os empreendedores esperam dobrar o tamanho da companhia e o número de colaboradores. Para isso, pretendem lançar novos produtos ligados ao mercado de bem-estar. E também pretendem tornar os produtos, embalagens e operações da empresa cada vez mais sustentáveis.
*Foto: Divulgação