ESG em 2024, segundo Liliane Rocha, fala sobre a importância de as empresas estarem atentas à Governança se quiserem obter sucesso em seus negócios
Gestão de risco muitas vezes parece ser estritamente questões das áreas de Meio Ambiente e Responsabilidade Social das empresas. Contudo, na verdade, quase sempre são problemas oriundos da Governança, ou melhor, da falta dela, afirma a jornalista Liliane Rocha. Ela complementa que há inúmeros casos recentes de impacto ambiental e social tremendos, que são de conhecimento público, gerados por empresas que, se realmente adotassem um processo adequado de Governança, dificilmente teriam acontecido.
Um exemplo concreto é o da Enel, empresa de energia, atualmente com CPI instaurada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nos últimos meses no Estado de São Paulo sempre que chove, diversos bairros ficam horas e até dias sem luz. “São as chuvas intensas”, dizem alguns. Porém, sabemos que há uma empresa responsável pela prestação de serviço de fornecimento de energia elétrica que tem mostrado uma incapacidade para atender a maior capital econômica da América Latina. Além disso, o impacto é sentido pelas famílias, no trânsito, em hospitais, nas empresas etc.
ESG em 2024
Agora, se as empresas se atentarem à agenda ESG em 2024, perceberão que a Governança Corporativa integra um sistema de normas que levam a companhia ao desempenho que a sociedade espera e precisa, mitigando ou evitando impactos que a sua atuação pode ocasionar. Além disso, o poder legislativo brasileiro tem olhado com mais atenção para esse tema na criação de dispositivos que versam sobre a responsabilização das empresas. É o caso da Lei n° 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção, que responsabiliza empresas envolvidas em atos de corrupção contra órgãos públicos, e pauta a Governança como um dos elementos fundamentais a serem observados.
O poder feminino na agenda ESG
Por outro lado, o ano de 2023 se consolidou ainda mais a preocupação das empresas com a agenda ESG, mas do ponto de vista feminino. Segundo o CEO do Banco Ficsa S/Ae consultor sênior, Sandro Tordin, a presença de mulheres em cargos mais importantes reduz a discriminação nas empresas e amplia a diversidade de consumidores. “As mulheres com certeza irão liderar essa transformação, de forma genial, levando a humanidade a caminhos férteis da perpetuidade”, concluiu.
Não responsabilização
Todavia, Liliane Rocha diz que o grande mal cultural do Brasil em termos de empresariado, é a não responsabilização. “Sim, nos falta dizer em claro e bom tom para as instituições: a responsabilidade é sua!”.
Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), os pilares da Governança são: Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade.
1 – Transparência
Mais do que a obrigação de informar, é o desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam do seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
2 – Equidade
É o tratamento justo de todas as partes interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis.
3 – Prestação de Contas (Accountability)
Os agentes de governança – associados, conselheiros, executivos, conselheiros fiscais e auditores – devem prestar contas de sua atuação, assumindo totalmente as consequências de seus atos e omissões.
4 – Responsabilidade Corporativa
Os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações. Isso tudo presando a longevidade e incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos programas, projetos e operações.
Por fim, se o pilar de transparência estivesse sendo plenamente efetivado pela empresa de energia, o cenário de impactos que temos assistido teria sido evitado, equacionado e contingenciado.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/cafe-e-lista-de-tarefas_7342932.htm#query=agenda%20esg&position=11&from_view=search&track=ais&uuid=ba7bba29-e5ac-4e8b-bd2d-ce2492d33ef1