Longas dirigidos por mulheres são maioria entre os selecionados
Foi divulgada esta semana a lista de filmes que compõem a 29ª edição do Cine Ceará, que acontece de 30 de agosto a 6 de setembro, em Fortaleza. Neste ano, a mostra competitiva ibero-americana é formada por sete produções, sendo que cinco delas são brasileiras. Os filmes indicados ao Cine Ceará deste ano mostra ainda mais o olha das mulheres na direção.
Filmes indicados ao Cine Ceará
Nesta edição, aparecem filmes que já circularam nos principais festivais internacionais, que é o caso de “Greta”, primeiro longa do diretor cearense Armanda Praça. A produção integrou a mostra Panorama do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Já o documentário “Ressaca”, de Patrizia Landi e Vincent Rimbaux, participou da principal mostra do Festival Internacional de Documentários (FIPADOC), em Biarritz, na França.
Ainda sobre os filmes que estão em competição, tem a produção peruana “Canção sem Nome”, da diretora Melina Léon, que teve sua estreia no Festival de Cannes. O diretor cubano Arturi Infante apresenta “A Viagem Extraordinária de Celeste García”, que esteve no Festival de Toronto. Já o mexicano “Luciérnagas”, de Bani Khoshnoudi, foi exibido em primeira mão no Festival de Rotterdã.
Longas-metragens inéditos
Fechando a mostra competitiva, dois longas brasileiros farão sua estreia mundial no Cine Ceará. São eles: o documentário da carioca Betse de Paula, “Vozes da Floresta” e o filme do cearense Rosemberg Cariry, “Notícias do Fim do Mundo”.
Abertura do festival
O filme que vai abrir a 29ª edição do Cine Ceará será “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz. A produção vem de uma bem-sucedida incursão em festivais renomados neste ano. O longa foi contemplado como o melhor da mostra Un Certain Regard (Um Certo Olhar), no Festival de Cannes. Esta foi a primeira vez que uma película brasileira recebeu o prêmio máximo nesta categoria.
Depoimento do curador do evento
Para Eduardo Valente, que é crítico de cinema e também cineasta, a mostra deste ano ilustra grandes momentos vividos no Brasil e, principalmente, no Ceará. Ele é o curador do Cine Ceará e também destacou a importância de fatos vividos nos filmes dos outros países que integram o evento. Em depoimento ao site Adoro Cinema, Valente afirmou:
“São filmes que apresentam uma gama variada de temáticas de enorme importância no mundo contemporâneo, com personagens e narrativas altamente engajantes, que vão fazer com que o público do Cineteatro São Luiz se emocione, descubra e leve consigo histórias que reforçam a potência criadora e modificadora da arte cinematográfica”.
Margarita Hernández também assina a curadoria da mostra competitiva, que teve colaboração de Wolney Oliveira.
Carreira de Eduardo Valente
Em sua trajetória, Eduardo Valente já atuou em diversos festivais de cinema nacionais e também no exterior. Por aqui, ele foi diretor artístico do Festival de Brasília, de 2016 a 2018. Além disso, desde 2017 ocupa a função de delegado no país para o Festival de Berlim.
Já como cineasta, Valente recebeu prêmios de Melhor Curta e Melhor Diretor de Curtas, no Cine Ceará. No renomado Festival de Cannes de 2002, o diretor foi contemplado na Mostra Cinefondation com o longa-metragem “Um Sol Alaranjado”.
Fontes: Revista de Cinema e site Adoro Cinema
*Foto: Divulgação