Fura-fila na FUABC gerou procedimento de investigação a pedido do Ministério Público, em Santo André
Nesta semana, a Polícia Civil de Santo André instaurou inquérito para investigar denúncia de fura-fila na FUABC (Fundação do ABC). O pedido diz respeito a funcionários de setores administrativos da fundação furarem fila para se vacinarem contra a Covid-19.
A vacinação no estado de São Paulo começou no dia 19 de janeiro, na capital paulista, sendo a enfermeira Monica Calazans a primeira pessoa imunizada do país.
Fura-fila na FUABC
O procedimento para averiguação do fura-fila na FUABC foi solicitado a pedido do Ministério Público, que acompanha o caso. A denúncia corre no 4º DP (Vila Guiomar), em Santo André, aos cuidados do delegado titular Luis Guilherme de Sylos Cintra Marcondes.
Primeiramente, o inquérito requisitou a presença de pessoas centrais da denúncia. Na segunda-feira (17), estava agendada a oitiva da presidente da FUABC, Adriana Berringer Stephan, e do gerente jurídico Sandro Tavares. Além deles, também estavam previstos os depoimentos de Priscila de Almeida Meyer (gerente administrativa), Paula Branco (gerente financeira) e Magali Gonçalves (gerente de recursos humanos).
Dos cinco, Sandro Tavares tomou as duas doses da vacina, enquanto Magali estava na lista enviada à Prefeitura de Santo André para tentar tomar o reforço do imunizante.
Adiamento das oitivas
Entretanto, na sexta-feira (14), os advogados das cinco pessoas denunciadas solicitaram adiamento das oitivas, obtendo sucesso. Segundo Diário do Grande ABC, as falas só serão colhidas no início de junho, em razão das férias de um servidor que acompanha o caso de perto.
Além disso, o mesmo jornal revelou no dia 29 de abril que pelo menos oito funcionários de áreas administrativas da Fundação foram incluídos em listagem para vacinação. E neste documento apareceram como colaboradores de unidades hospitalares.
Grupo prioritário do PNI
Contudo, a lista de funcionários da FUABC foi encaminhada ao centro universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), que tem feito triagem para imunização de pessoas que são do grupo prioritário do PNI (Programa Nacional de Imunização).
Esses “colaboradores” tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em São Caetano do Sul. Este município indicou Adriana Berringer Stephan à presidência da organização social.
Posicionamento da FUABC
Em contrapartida, a Fundação do ABC se posicionou dizendo que “não é parte neste expediente (inquérito policial)”.
E ainda ressaltou ao periódico:
“Os funcionários mencionados pela reportagem prestariam esclarecimentos hoje (ontem), na condição de pessoas físicas. Contudo, por volta das 12h, todos receberam novas intimações reagendando a data para junho.”
Além disso, a FUABC sustenta que todos os funcionários administrativos imunizados possuem atuação direta em hospitais e unidades de saúde que lidam com pacientes da Covid-19. Portanto, eles estariam dentro da lista de grupo prioritário do PNI.
Por outro lado, no começo de maio, o deputado estadual Arthur do Val (Patriota) e o vereador andreense Márcio Colombo (PSDB) fizeram vistoria na sede da FUABC, na Vila Príncipe de Gales, em Santo André, e constataram que a maioria dos funcionários que receberiam a segunda dose da vacina dava expediente normalmente no setor administrativo.
E isso inclui Sandro Tavares, que disse ao deputado e ao vereador que não havia pedido para ser vacinado. Ele tem 44 anos.
Além do MP e Polícia Civil, a Câmara de Santo André aprovou requerimentos em busca de mais informações acerca do caso.
Por fim, houve uma tentativa de acompanhamento registrada em São Caetano. Porém, a base governista, maioria na casa, impediu a aprovação de requerimento semelhante.
*Foto: Divulgação