Início Economia Lucratividade das empresas na Bolsa: Inflação e juro alto derrubam em 18%

Lucratividade das empresas na Bolsa: Inflação e juro alto derrubam em 18%

por Plataforma dos Municípios
Lucratividade das empresas na Bolsa

Lucratividade das empresas na Bolsa, segundo analistas, não há melhora no curto prazo; queda foi afetada em parte pelo desempenho abaixo do esperado para a economia mundial

Hoje, ditados por uma taxa básica Selic de 13,75% ao ano, o cenário macroeconômico desafiador e os juros altos derrubaram os resultados das empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil. De acordo com um levantamento feito pela plataforma independente do mercado financeiro Trademap, as companhias com papéis negociados na B3 registraram queda média de 18% no lucro do primeiro trimestre de 2023, ante igual período do ano passado.

Lucratividade das empresas na Bolsa

O estudo sobre a lucratividade das empresas na Bolsa analisou o desempenho de 296 companhias com ações negociadas na B3. Porém, excluiu do levantamento empresas do setor bancário e nomes como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Azul (AZUL4), Braskem (BRKM5) e Suzano (SUZB3). O responsável pela pesquisa, Einar Rivero, diretor comercial do TradeMap, explica que empresas com comportamento muito fora da curva em comparação ao restante são retiradas da base de análise, o que ajuda a manter os resultados mais fidedignos em relação à realidade.

Em suma, o grupo de empresas analisadas teve aumento de 12,8% nas vendas para o trimestre, em comparação com 2022, ao mesmo tempo em que o custo de operação dos negócios subiu 12,7% no período. As despesas financeiras, decorrentes de empréstimos e financiamentos, cresceram R$ 16,5 bilhões, um salto de 31,8%.

Isso ajudou a minimizar o lucro das companhias para R$ 33 bilhões no período – R$ 7,8 bilhões a menos do que em igual período de 2022. A dívida bruta das companhias cresceu 37,1% em comparação a 2022, para R$ 1,3 trilhão.

Além disso, o levantamento levou em consideração dados dos balanços financeiros das companhias listadas em Bolsa para os três primeiros meses do ano. É o que rege a normativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Sendo assim, as empresas têm até 45 dias após o fim do período fiscal para divulgar os resultados, prazo que se encerrou no dia 15 de maio.

O peso da Selic

Para Rivero, os dados analisados indicam que o lucro das companhias do mercado de capitais acabou sendo fortemente impactado pelos juros altos no País. Vale destacar que nas últimas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa Selic, em 13,75%, pela sexta vez consecutiva.

E diante deste cenário, o que as empresas podem fazer com os juros altos? De acordo com O Facilitador, empresa especializada em soluções financeiras para pessoas e empresas que possuem dívidas em atraso, é preciso analisar as causas dos problemas dos juros altos e buscar soluções para diminuir o impacto do endividamento sobre as famílias brasileiras, por exemplo. E isso inclui: tanto pesspas físicas quanto jurídicas devem fugir do crédito rotativo do cartão de crédito. Mas se precisar de crédito, é de suma importância pesquisar as taxas.

Mercado ainda não vê melhora no cenário

Por outro lado, especialistas do mercado financeiro, os resultados do levantamento do Trademap sobre o primeiro trimestre das empresas listadas na B3 confirmam as projeções já pessimistas de analistas em relação ao desempenho das companhias.

Os especialistas destacam ainda que as empresas têm sofrido para manter a capitalização em um período de crédito caro – situação agravada pelos pedidos de recuperação judicial de nomes como Americanas (AMER3), Marisa (AMAR3) e Light (LIGT3).

Todavia, os analistas não enxergam previsão de melhora no curto prazo.

Áreas que foram exceções

Por fim, o mapeamento de resultados do Trademap separou as companhias em 37 setores, dos quais apenas 13 tiveram aumento de lucratividade.

Já os resultados positivos foram registrados por setores como: bebidas, exploração de imóveis e agropecuária, explica o responsável pela pesquisa, Einar Rivero:

“Os juros altos continuam sendo um grande vilão que as empresas estão amargando em seus resultados.”

*Foto: Reprodução/Pixabay (Gerd Altmann – https://pixabay.com/pt/illustrations/colidir-estat%c3%adsticas-diagrama-215512/)

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