Exposição “Trilogia” visita trabalhos realizados no Chile entre 2012 e 2018, do arquiteto e artista plástico Manuel Marchant e fica em cartaz na Pinacoteca de Jundiaí (SP) até 14 de outubro
A Pinacoteca de Jundiaí, no interior paulista, inaugurou na última quinta-feira à noite (12), a exposição “Trilogia”, do arquiteto e artista plástico Manuel Marchant. A mostra aborda três fases do artista, desenvolvida entre os anos de 2012 e 2018, que está conectada aos seus projetos como arquiteto no Chile, onde reside. O público pode conhecer suas obras, que ficam em cartaz até o dia 14 de outubro, com entrada gratuita.
Obras na Pinacoteca de Jundiaí
A mostra de Marchant, na Pinacoteca de Jundiaí, é dividida em três etapas. A primeira retrata o ano de 2012, intitulada “Fábricas”; a segunda remete a 2016, “El Discurso de Diógenes”; e 2017 é representado por “Em lós Bosques de Mashue”. O material criado pelo arquiteto consiste em imagens que indagam reflexões visuais, além de trazer um olhar crítico sobre política e ordem social vivenciadas nas últimas décadas no Chile. No entanto, a exposição também abrange a um modo de pensar mais universal, em relação a como se dá este desenvolvimento e suas consequências em todo o mundo.
As três etapas
As três etapas
Em “Fábricas”, a história urbana é resgatada por meio da construção de imagens complexas, que se fundem entre fotografias reais e intervenções artísticas. Além do resgate de vestígios de antigas ocupações fabris abandonadas ou que estavam prestes a servir para outros fins, evidenciando justamente este encerramento de um modelo de desenvolvimento que foi largado com a chegada dos mercados externos. Esses trabalhos ainda refletem a nova divisão contextual da economia global.
A segunda fase que integra a mostra da Pinacoteca de Jundiaí diz respeito às obras do “El Discurso de Diógenes”, em que o tema gira em torno de um incêndio em um armazém de varejo, em Santiago, testemunhado pelo arquiteto, que relatou ao jornal Acontece Jundiaí:
“Uma vez extinto o incêndio, no dia seguinte, tirei muitas imagens digitais dos ‘restos mortais’, que ficaram como testemunho, para serem usadas para fins de seguro e reconstrução. No entanto, as imagens têm uma vida própria, a memória relaciona-as e entrecruza-as com informações que vêm de outras experiências e pensamentos. As imagens constituem uma crítica à forma atual de acumulação de capital e mercadorias, e é uma reflexão sobre a produção de necessidades supérfluas”.
A última fase retratada, “Em los Bosques de Mashue”, revela um trabalho iniciado em 2016, ao que o próprio complementa:
“Desenvolvi um projeto de jardim de infância na cidade de Mashue, Comuna de La Union, região de Los Rios. Este trabalho permitiu me conectar com uma região e uma paisagem desconhecidos para mim – a foz do Rio Bueno, as comunidades Huilliches de Mashue, a espiritualidade dos primeiros moradores. É uma região de beleza mágica, e à noite um céu radiante permite ver as estrelas e constelações infinitas do nosso hemisfério celestial meridional”.
Um outro olhar
O trabalho que será visto na Pinacoteca de Jundiaí permeia uma outra forma de olhar , ao que Marchant resume como sendo e exercício de sua profissão de arquiteto e que “situa plenamente no espaço e no acontecimento urbano e, portanto, na reflexão crítica sobre esse espaço e esse acontecimento”.
A exposição “Trilogia” conta com o patrocínio do Colegio de Arquitectos de Chile. A Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, fica na rua Barão de Jundiaí, 109, e a visitação acontece de terça a sexta, das 10h às 17h, e sábados e domingos das 9h às 16h. A entrada é gratuita e lembrando que a mostra fica em cartaz até o dia 14 de outubro.
Fonte: portal Acontece Jundiaí
*Foto: Divulgação