O parque tecnológico Porto Digital, no Recife procura ampliar seu projeto pioneiro de desenvolvimento econômico, restauração do patrimônio histórico e impacto social em 2020, apesar de diversos desafios que enfrentam atualmente. A iniciativa, que é uma das ideias mais bem-sucedidas de ecossistema de inovação do Brasil, mira na economia digital com investimento em talentos locais.
Economia digital local
O Porto Digital é referência em produção de softwares e serviços de alta tecnologia. Localizado no Recife Antigo, o parque tecnológico abriga mais de 11 mil pessoas que atuam nas mais de 330 instituições isnataldas, entre as quais: Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e Accenture.
Além disso, o distrito abriga empresas com presença global como a Neurotech, especializada em inteligência artificial; a Tempest, companhia de cibersegurança que atende grandes bancos e empresas de mídia, e a In Loco, que fornece inteligência a partir de dados de localização.
Os empreendimentos instalados no parque tecnológico geram um faturamento anual de R$ 2,3 bilhões e o cálculo é que mais de 3 mil vagas de emprego serão criadas este ano, desenhando cada vez mais uma economia digital. Porém, esta meta pode ser adiada, em vista da pandemia.
“O ambiente de inovação faz parte do alinhamento estratégico e das nossas metas para 2035; é uma das cadeias produtivas que será apoiada, dada a relevância que o Porto Digital tem para a economia do estado.”
Destaques
Entre os destaques de projetos liderados pela gestão do Porto Digital incluem a Portomídia, braço de economia criativa do parque tecnológico; o Laboratório de Objetos Urbanos Conectados (LOUCo), ambiente para experimentação, desenvolvimento e prototipagem em fabricação digital e internet das coisas (IoT); e o festival anual de conhecimento REC’n’Play, geralmente realizado nos prédios e ruas do centro histórico do Recife e que em 2019 atraiu 35 mil inscritos para os quatro dias de evento.
Local para firmar negócios
É comum os empreendedores de startups de base tecnológica firmarem negócios em reuniões realizadas em alguns dos cafés e bares, situados no Porto Digital, como o Mia, Sansa, Liberal, rooftop Cais doSertão. Muitos deles estão instalados em prédios históricos, que antes estavam em ruínas.
O distrito de economia digital foi concebido com base no conceito de walkability, ou seja, a ideia é que o trajeto de um ponto a outro não leve mais que 15 minutos a pé.
Sobre a pandemia do novo coronavírus que assola o país e o mundo, Claudio Marinho, um dos conselheiros e criadores do Porto Digital, revela que a comunidade local que estava acostumada a se reunir sente o impacto do isolamento social.
No entanto, os atores do ecossistema dialogaram virtualmente, com iniciativas como desafios, na intenção de aplicar a tecnologia aos problemas gerados pela Covid-19, afirma Marinho:
“Nosso esforço coletivo online é muito mais eficiente justamente pelo ecossistema presencial, que nos uniu na criação de relações de confiança muito sólidas.”
Fonte: Forbes Brasil
*Foto: Divulgação