Saque da poupança em 2023 pode fazer com que Brasil renove recorde de saída de recursos registrado em 2022
Em um cenário de grande inadimplência e inflação e juros altos, a poupança já registrou retirada de mais de R$ 60 bilhões em 2023 até o mês de abril. Este é o maior valor da história para o período, de acordo com dados do Banco Central.
Saque da poupança em 2023
Contudo, se esse movimento continuar, a tendência é que este ano supere o resgate recorde de R$ 103,2 bilhões da caderneta registrado em 2022, – em relação ao saque da poupança em 2023. Para se ter uma ideia, até então o maior rombo havia ocorrido em 2015, quando os saques superaram os depósitos em R$ 53,5 bilhões.
Já o Banco Central considerou até o dia 25 de abril, último dado disponível até então, que revela uma saída de R$ 66,3 bilhões no acumulado do ano.
De acordo com Miguel Rodrigues, diretor executivo do O Facilitador, empresa especializada em soluções financeiras para pessoas e empresas que possuem dívidas em atraso, é preciso evitar contrair dívidas com juros altos. Dentre elas, estão: cartões de crédito e empréstimos pessoais, com jutos altíssimos.
Portanto, quem possui e pode fazer retirada de sua poupança é melhor optar por esta solução a ter de recorrer a empréstimos, e assim cair em uma armadilha quando não consegue pagar o valor integral da fatura ou parcela.
Dados do Serasa Experian
Por outro lado, conforme dados da Serasa Experian, mais de 70 milhões de brasileiros estão com o nome negativado. E o destaque vai justamente para as dívidas no cartão de crédito, mas, também em contas básicas, como luz e água.
Juros e inflação alta
Todavia, juros e inflação altos são determinantes para a piora da conjuntura. Isso porque uma parte da população é obrigada a sacar recursos para honrar compromissos no final do mês.
Taxa Selic
Por fim, a taxa básica de juros (Selic) atingiu no ano passado os 13,75% ao ano, o que reduz bastante a atratividade da caderneta de poupança. Sendo assim, a remuneração da caderneta (0,5% ao mês mais a taxa referencial de 0,15%) é bem menor, e equivale hoje a 8% ao ano.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Fabian Blank – https://unsplash.com/pt-br/fotografias/pElSkGRA2NU)