Mecanismos de cooperação na área de segurança foram discutidos esta semana em encontro do Mercosul, que antecedeu reunião de ministros da Justiça, do Interior e da Segurança dos países vizinhos
A cidade de Foz do Iguaçu (PR) sediou esta semana um encontro com representantes dos ministérios da Justiça e de Segurança dos países-membros do Mercosul e Estados Associados. O tema do debate girou em torno de mecanismos para aperfeiçoar a cooperação internacional em áreas de fronteira. Entre os assuntos abordados pelas autoridades está a formalização de um modelo de cooperação policial na região.
Encontro Mercosul
O encontro foi organizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Brasil. O início da discussão aconteceu na segunda-feira (4), na Itaipu Binacional e foi encerrado na quarta-feira (60). Participaram do debate aproximadamente 140 profissionais, que foram distribuídos em 12 comissões técnicas, vindos dos seguintes países: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
O debate antecedeu a 50ª Reunião de Ministros da Justiça do Mercosul e Estados Associados. Além da 44ª Reunião de Ministros do Interior e da Segurança do Mercosul e Estados Associados, que aconteceram na quarta (6) e quinta-feira (7), respectivamente. Na quarta-feira também ocorreu a 23ª Reunião de Chefes de Polícia e Forças de Segurança do Mercosul.
Resultados
O trabalho das comissões técnicas gerou um resultado que será apresentado aos ministros do Mercosul, no intuito de validar ou não tais propostas. Entre os temas em discussão estão: segurança, migração, refugiados, sistema penitenciário, terrorismo e questões delituais.
Em relação à cooperação policial, a assessora especial internacional do MJSP, Georgia Renata Sanchez Diogo, explicou que um acordo que prevê cooperação jurídica entre estes países já foi assinado:
“Agora nós estamos negociando um acordo de cooperação policial. Ainda não sabemos se o acordo será assinado, porque está em negociação, mas pretendemos avançar [essa discussão] nos próximos dias.”
Mercosul – Forças policiais
Já em relação à formalização desse acordo, poderia fazer com que forças policiais de um país possam atravessar a fronteira com outro país vizinho em meio a uma perseguição a criminosos, por exemplo. Sobre isso, a assessora ressaltou:
“Temos que pensar que o crime não tem fronteira e por isso temos que agilizar a cooperação.”
Usina binacional
Para Sérgio Mesquita, que participou da discussão como representante de Itaipu, na mesa de abertura, e atua na Assessoria de Informações, é importante lembrar da usina binacional. Pois, além de estar situada em área de fronteira, também é considerada uma infraestrutura estratégica pelo Brasil e Paraguai.
“Todos os assuntos que afetam a segurança da fronteira do Brasil e dos países de Mercocul também refletem, de certa forma, na segurança da Itaipu.”
Como exemplo, Mesquita mencionou o Centro Integrado de Operações de Fronteira, que foi apresentado na quarta-feira (6) ás autoridades do Mercosul pelo ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro. A iniciativa será implantada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), dentro da área da hidrelétrica.
O centro poderá permitir que tenha uma intensificação da segurança e o combate ao tráfico de entorpecentes e armamentos, conforme afirmação do MJSP. Portanto, em um mesmo local estaria reunido agentes da Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Polícia Federal e Forças Armadas e também de representantes das polícias locais e de países vizinhos. Sobre isso, Mesquita concluiu:
“Trata-se de um centro integrado de inteligência que será um passo decisivo para robustecer a segurança da fronteira.”
Fonte: site Portal da Cidade – Foz do Iguaçu
*Foto: Divulgação / Rubens Fraulini