“Se as pessoas não conseguem chegar ao SUS, é o SUS que precisa ir até elas”. É com esta frase que o médico Dráuzio Varella relaciona a questão da falta do SUS e comunidades ribeirinhas no Pará.
A ação contou com o apoio e participação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que cedeu profissionais de várias especialidades médicas para ajudar nos serviços prestados aos moradores dessas comunidades.
SUS em comunidades ribeirinhas no Pará
A convite do programa Fantástico, da TV Globo, o médico acompanhou o trabalho de um grupo de médicos da ONG Zoé. A bordo de um barco hospital, Varella participou de uma expedição pelo Pará, começando pelo coração da Amazônia.
Por meio do barco, batizado de Abaré, que em tupi-guarani significa “amigo”, a equipe chegou à comunidade de Maripá, que fica na margem esquerda do Rio Tapajós, onde residem 302 pessoas. Para se ter uma ideia, a cidade mais próxima de lá é Santarém, que fica distante cerca de quatro horas.
Visita periódica
A ONG Zoé, que conta com um grupo de médicos, visita periodicamente as comunidades ribeirinhas. Tal equipe é composta por professores universitários que atuam em hospitais como o Hospital das Clínicas, em São Paulo e o Sírio Libanês. Um destes profissionais é o Dr. Marcos Menezes, radiologista intervencionista. Marcos conta como é o dia a dia nas expedições:
“Realizamos exames de ultrassom no barco Abaré, que funciona como um posto de saúde fluvial atendendo as populações ribeirinhas no rio tapajós principalmente exames de abdome em gestantes”
O atendimento é feito graças à parceria com a Prefeitura de Santarém e a Universidade Federal do Oeste do Pará.
Criação do SUS e seu objetivo
Criado em 1988, objetivo do SUS é levar a saúde para todos os brasileiros. Porém, Varella diz que chegar à região amazônica possui o desafio das grandes distâncias. Ele afirmou ao Fantástico:
“Como viajar horas e horas pelos rios para chegar à unidade de saúde da cidade mais próxima? Como gente pobre pode pagar as passagens dos barcos e cobrir os gastos na cidade enquanto espera o atendimento? Se as pessoas não conseguem chegar ao SUS, é o SUS que precisa ir até elas.”
Triagem e consultas
Um membro da equipe, o agente de saúde Aladisom, é quem ajuda na primeira triagem das expedições. Ele explicou à reportagem do programa que a unidade móvel Abaré funciona da seguinte forma:
“São oferecidas consultas médicas em clínica geral, dermatologia, serviço odontológico, vacinação completa.”
Além de Maripá, o doutor Dráuzio Varella visitou outras comunidades. E o serviço já foi prestado também aos moradores de: Ukena, Maripá, Enseada do Amorim, Cabeceira do Amorim, Pajurá e Limão Tuba.
Foto: Reprodução/ Site Governo Pará