Aplicativo Piu Piu Life foi desenvolvido por estudante do interior de SC ao notar falta de estoque de sangue nos hospitais na região onde vive
O estudante de marketing, Brayon Pieske, 25 anos, criou um aplicativo para um bem maior. A ideia surgiu após se dar conta da insuficiência de estoque de sangue em sua cidade, Rodeio, no interior de Santa Catarina. Com isso, nasceu o app “Piu Piu Life”.
A ideia é baseada em um molde similar ao aplicativo de paquera Tinder, só que voltado para doação de sangue.
‘Tinder da doação’ conscientiza pessoas de Santa Catarina
Com a criação deste sistema, Pieske pretende conseguir salvar vidas ao estimular o abastecimento de sangue nos hospitais. Em declaração à Folha de S. Paulo, ele afirmou:
“Decidi fazer algo bem simples e rápido para achar os doadores de imediato. Se a pessoa está numa emergência no hospital, ela abre o aplicativo, seleciona o tipo sanguíneo e encontra o doador”.
Para participar, basta baixar o app pela Google Play Store, e em seguida fazer um cadastro com e-mail e senha.
Já na primeira semana em que o app estava disponível, no início de julho, ele foi baixado por 400 pessoas, declara o estudante de marketing. Deste modo, as pessoas acabam se conscientizando mais da importância de doar sangue e poderem salvar mais vidas.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, somente 1,6% doa brasileiros doam sangue. Este número ainda é muito pouco. Geralmente, os doadores aparecem nos hospitais apenas para repor o sangue utilizado por um parente ou amigo próximo. A cultura de doar sangue a desconhecidos ainda é pouco vista por aqui.
Próximos passos
Segundo Brayon, os passos seguintes serão a respeito de haver uma ligação entre quem necessita de transfusão com a localização de hospitais e outros pontos de coleta. Além disso, em breve os usuários do sistema iOS também poderão baixar o aplicativo.
Para expandir o acesso da Piu Piu Life em outras regiões brasileiras e até em outros países, Pieske criou uma campanha de financiamento coletivo. Até o momento, havia sido arrecadado mais de R$ 2.600. Sobre isso, ele ressalta:
“Eu quero que ele esteja disponível em diversos países porque a internet não tem fronteiras. Se tu está viajando para um lugar desconhecido, não tem conhecidos. Com o aplicativo, vai conseguir achar doadores que estão perto de ti”.
Outros apps desenvolvidos por Brayon
Este não foi o primeiro aplicativo criado por Brayon. Desde os 17 anos, ele envereda também pelo lado da programação e como autodidata. Seu primeiro invento foi realizado em conjunto com outros colegas de escola. O projeto foi um sistema sonoro para alertar pessoas em casos de enchentes em sua região. Pelo feito, eles receberam um prêmio do governo de Santa Catarina, que chegou a cogitar a possibilidade de viabilizar o sistema e disponibilizá-lo a outros estados.
O segundo projeto, anos mais tarde, foi a criação de um app chamado Piu Piu. O intuito era trocar mensagens com outros pessoas. Porém, ele decidiu não levar a ideia adiante por sentir que já havia concorrência suficiente no mercado.
Por fim, decidiu reaproveitar o nome de seu segundo programa e utilizá-lo em seu mais recente experimento, o Piu Piu Life. Além de também unir a experiência do primeiro app que girava em torno de solucionar problemas de sua comunidade.
Campanha
Caso a campanha de financiamento coletivo atinja seu objetivo, Pieske pretende expandir o acesso do ‘tinder da doação’ em parceria com o poder público. Com isso, o aplicativo conseguiria impulsionar a doação em zonas mais carentes.
O estudante finaliza:
“Vamos supor que uma região do país esteja precisando muito de doação. Eu enviaria uma notificação para quem está a um raio de 100 quilômetros daquela região e todas as pessoas que estão por perto recebem no celular um alerta informando a sua região precisa de sangue com o endereço do hemocentro próximo. Isso melhoraria muito as doações”.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação