Varíola dos macacos em gestantes, segundo nota da pasta de saúde, as grávidas podem desenvolver uma forma mais grave da doença e transmitir o vírus ao feto.
Na primeira semana de agosto, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica por conta do aumento dos casos de varíola dos macacos (Monkeypox) no Brasil. A pasta passou orientações a profissionais da saúde, gestantes, lactantes e puérperas que apresentem sintomas da doença.
Varíola dos macacos em gestantes
Além disso, a varíola dos macacos em gestantes pode se apresentar de uma forma mais grave, uma vez que a grávida pode transmitir o vírus ao feto, afirma o ministério.
Em relação à confirmação dos casos suspeitos deve ser feita com teste molecular (RT-PCR) feito por swab (cotonete) nas lesões, bolhas ou crostas, preferencialmente na fase aguda da doença.
Transmissão
Apesar de ser provocada por um orthopoxvirus, vírus próximo ao da erradicada varíola, a doença é muito mais branda. Neste caso ela é autolimitada. Ou seja, apresenta uma cura espontânea na maioria dos casos. E recomenda-se medicação sintomática para febre e/ou dor.
Por outro lado, ela pode requerer ainda uma medicação retroviral específica, principalmente em pessoas imunodeprimidas. Este tratamento é reservado a casos graves.
Vale destacar que esse tipo de doença viral, assim como no caso do coronavírus, afeta a vida de sociedade em geral mas especialmente a vida das gestantes, lactantes e puérperas. É o que revela a diretora do portal da marca Belly Home – Moda Gestante. Ela explica que suas clientes relataram um receio muito grande em sair de casa, o que é compreensível e isso as deixou presas em casa em um momento já sensível, principalmente no auge da pandemia de Covid-19, o que também afetou diretamente os negócios deste segmento e de outros ramos da economia.
Boletim do Ministério da Saúde
De acordo com um boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou até o início deste mês 1.066 casos da doença. São Paulo lidera essa lista.
Atendimento médico
Para profissionais da saúde envolvidos no atendimento, há as seguintes recomendações abaixo.
Em gestante assintomática pós-exposição ao vírus:
- Em caso de teste negativo – o monitoramento será suspenso;
- Em caso de teste positivo – será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas;
- A gestante também será instruída à automonitoração, acompanhando sua temperatura e o aparecimento/evolução das lesões cutâneas.
Para gestantes com sinais ou sintomas suspeitos de varíola dos macacos, a nota técnica diz o seguinte:
- Em caso de teste negativo – Será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas e orientada a automonitoração. O teste deve ser feito novamente caso os sintomas persistam;
- Em caso de teste positivo – Levando em consideração maior risco, é indicada a hospitalização da gestante nos casos moderados, graves e críticos;
- Dentro do conhecimento disponível até o momento, os profissionais de saúde devem saber que: as gestantes devem ficar em isolamento domiciliar com acompanhamento pela equipe assistencial, em caso de doença com quadro clínico leve;
- As pacientes com casos de maior gravidade devem ser acompanhadas em regime de internação hospitalar;
- Não há ainda protocolo de tratamento específico com antivirais no ciclo gravídico-puerperal;
- O monitoramento da vitalidade fetal deve ser cuidadoso nas pacientes com a doença moderada, grave ou crítica, em vista da constatação de maior morbimortalidade do concepto nestes casos;
- A via e o momento do parto têm indicação obstétrica e a cesárea como rotina não está indicada nestes casos; o aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico cada caso específico.
Já para gestantes, puérperas e lactantes sem sintomas, a orientação é:
- Afastem-se de pessoas que apresentem sintomas suspeitos como febre e lesões de pele-mucosa (erupção cutânea, que habitualmente afeta o rosto e as extremidades, e evolui de máculas para pápulas, vesículas, pústulas e posteriormente crostas);
- Usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente;
- Estejam alertas para observar se sua parceria sexual apresenta alguma lesão na área genital e, se presente, não tenham contato;
- Mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus;
- Procurem assistência médica, caso apresentem algum sintoma suspeito, para que se estabeleça diagnóstico clínico e, eventualmente, laboratorial.
Sobre a varíola dos macacos
A varíola dos macacos é uma doença provocada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana. No entanto, a varíola humana foi erradicada do mundo em 1980, e era muito mais letal.
A transmissão acontece por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama, independentemente da orientação sexual de quem está infectado.
Sintomas iniciais:
- Febre;
- dor de cabeça;
- dores musculares;
- dor nas costas;
- gânglios (linfonodos) inchados;
- calafrios;
- exaustão.
Porém, dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea. Geralmente, ela começa no rosto e se espalha para outras partes do corpo.
Nos últimos tempos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi em torno de 3% a 6%; para a varíola humana maior, já erradicada, esse percentual chegava a 30%.
*Foto: Reprodução